Parque Arví – 16 mil hectares de ar puro

27 de agosto de 2015 | Escrito por Filipe Teixeira | Lugares, Viva Medellín

Meu pensamento inicial foi: preguiça. Filipe tinha falado sobre o Parque Arví e eu, apesar de adorar mato só de longe e pela televisão, resolvi ceder. Depois de uma semana de trabalho e de dormir às 21h na sexta-feira de tão cansada que estava, achei que seria um bom passeio.

Pela manhã, fomos de metrô até a estação Acevedo e depois subimos de Metrocable (aqueles bondinhos) até o parque. Entramos em uma cabine com duas senhoras mexicanas.

parque arví

Falei da vontade que eu tenho de ir ao México, se as comidas são apimentadas mesmo, esses papos de quem tem curiosidade de conhecer o lugar e tenta sugar o máximo de informação em 15 minutos. Elas perguntaram de onde éramos, o que a gente fazia, essas coisas. Na entrada do parque, uma funcionária elogiou a bolsa da Frida Kahlo que uma das mexicanas estava usando e depois disso as perdemos de vista. Todo mundo esperando um desfecho de amizade eterna, né? Não foi, gente. Infelizmente.

Ao chegar, feira dos campesinos. Copos com morangos, uchuvas (uma bolinha amarela meio azedinha, muito gostosa que no Brasil, eu conhecia como Physalis) e amoras. Claro que eu quis um. Pedi sem leite condensado porque as arepas que ingeri nesses quase três meses de Colômbia estão me dando um oi e dizendo que as minhas calças jeans já não são mais pra mim.

parque arví

Havia também várias mesas com artesanato e outras comidinhas feitas pelos próprios camponeses da região.

Andando mais um pouco e pegamos uma chiva para irmos até o Parque Ecológico Piedras Blancas, administrado pela Comfenalco. Pagamos pela entrada, que incluía almoço, visita no borboletário, museu dos insetos e andar de barco (calma, gente, é daqueles de rio, nada de Titanic não, viu?). Como chegamos lá por volta do meio-dia, não tinha ninguém na parte dos barquinhos. Tivemos que ir à guarita do parque, subir praticamente a Escadaria da Penha e falamos que não tinha ninguém por lá. Chamaram no rádio e falaram que estavam almoçando e, em menos de 5 minutos, apareceram os funcionários.

parque arví

Não sei se vocês gostam dessas coisas de remo, mas onde tem água, eu adoro. Ainda mais com o Filipe. Somos um casal sem jeito total e eu me acabo de rir da nossa tentativa frustrada de sermos esportistas, especialmente aquáticos.

Depois do show (#sóquenão) que demos no remo, fomos ao borboletário. Tinha borboleta de várias espécies, aprendemos que elas são indicadores de poluição no ambiente. Se elas estão em algum lugar, significa que o ar é muito puro. Presenciamos também o nascimento de uma borboleta. Lindo.

parque arví

O Museu dos Insetos é daquele jeito, né? É, tinha barata. É, falavam sobre moscas também. E vi uma tarântula. Sabiam que as moscas esfregam as patinhas (oi? como se não fosse o conhecimento quase nulo em relação à astrologia, também não sei nada de biologia. Saudades, Globo Ciência) para “cheirar” a comida? Também fiquei chocada. Achava que faziam isso por pura satisfação, sabe? “Eba, que delícia. Vou comer isso aqui tudo!” Como fui enganada assim esse tempo todo? Ler aquele livro O Corpo Fala fez com que eu generalizasse todos os seres vivos, só pode.

Em relação ao almoço, foi simples e muito gostoso: a sopa de tomate de entrada com batata palha (sim, eles colocam na sopa como se fosse um tchan a mais. Descobri hoje que vários colombianos têm esse costume), um pedaço de carne de porco e salada parecida com salpicão. Adorei!

parque arví

Descansamos um pouco e descemos para Medellín em uma buseta. Calma, leitores. Posso explicar. Aqui na Colômbia, eles chamam ônibus assim. Descemos de ônibus porque Filipe tem mais medo de altura que eu e como o Parque Arví fica em um lugar muito alto e já tinha rolado a tensão de subir no metrocable, resolvemos ir de um jeito, digamos, mais terrestre.

O motorista, que achava que era um participante daquele jogo GTA, fez com que eu rezasse um terço em dois minutos. Descia muito rápido todas as ladeiras. As unhas já não existiam mais. Roía a unha de uma das mãos, pegava no banco com a outra. Para piorar, meu banco ainda estava solto. Quando eu estava tirando o meu testamento da bolsa, chegamos à parada. Até que enfim!

Uma tarde agradável e com muitas emoçoes ao final. Aconselho a ir aos sábados: tem menos gente e dá para aproveitar melhor os passeios internos.

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– Bilhete de metrô até a estação Acevedo: COP 2.000

– Metrocable até a estação Santo Domingo: COP 2.000

– Metrocable turístico até a estação Parque Arví: COP 4.600

– Ingresso para o Parque Ecológico Piedras Blancas, com passeio de barco, entrada ao borboletário e ao museu entomológico e almoço inclusos: COP 31.000[/box]

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.