Colômbia na Olimpíada do Rio 2016

24 de agosto de 2016 | Escrito por Filipe Teixeira | Esporte, Viva Medellín

Há mais de um ano vivendo aqui na Colombia, acompanhei a minha primeira Olímpiada fora do Brasil e pude presenciar o frenesi e a animação no país da arepa.

Com tantas histórias de superação, é claro que eu iria chorar em todas. Esses jogos foram MUITO especiais e mulheres incríveis foram bastante representativas no esporte. Além disso, conheci um pouco da trajetória dos atletas colombianos e agora compartilho aqui com vocês. Vamos conhecer um pouco mais dos medalhistas olímpicos daqui? VAAAMOS!

  • Caterine Ibargüen – ouro no salto triplo
olimpíadas

futebolete.com

Começamos com a musa master: Caterine Ibargüen. Assim como vários atletas, passou por muitas dificuldades e conquistou, neste ano, o ouro no salto triplo. Aos 12 anos, era jogadora de vôlei, mas o atletismo falou mais alto. Apartadó, sua cidade natal, é um lugar bem pobre e por isso ela foi convidada a vir morar em Medellín, onde teria mais recursos para um melhor desenvolvimento esportivo.

Ter poucas condiçoes para se manter no esporte não foi empecilho: apesar de todas as barreiras, representou a Colômbia com sua força e talento. Eu torci muito por ela. Perto de onde moro, há umas barraquinhas que vendem bebidas, snacks etc. No dia da final do salto triplo, uma dessas barraquinhas tinha uma televisão ligada em um canal que transmitiria a competição. Várias pessoas pararam para ver de perto. Eu fico arrepiada com a comoção que o esporte causa. Isso faz com que eu sinta um pouco da Paz Mundial (meu momento Miss). Acho lindo.

  • Luis Javier Mosquera – bronze no levantamento de peso até 62 kg

Nas provas, Luis estava em quarto lugar com 338 kg. Foi favorecido porque Izzat Artykov, do Quirguistão, quem tinha conquistado o bronze, foi acusado de dopping e teve sua medalha confiscada. Foi o primeiro atleta a ser excluído da Olimpíadas deste ano.

  • Ingrit Valencia – bronze no boxe, categoria mosca até 51 kg

Boxeadora de Cali, a cidade da salsa, já foi medalhista nos Jogos Bolivarianos de 2013 no Peru, medalhista de ouro nos Jogos Sul-Americanos em 2014 em Santiago, Chile, e também foi ouro nos Jogos Centro-Americanos e do Caribe de 2014, em Veracruz, México. A conquista mais recente foi o bronze na categoria peso mosca (até 51 kg) nas Olimpíadas do Rio deste ano.

  • Mariana Pajón – ouro no BMX
olimpíadas

www.mundoeurolatino.com

Agora, a mais importante, a minha amiga. Aí você me pergunta se eu a conheço. Não, leitor. Infelizmente, não. Tenho uma característica que é de sempre me expressar. Por mais que eu imagine que as pessoas nunca vão ler, eu dou um jeito de demonstrar apoio. Foi assim com Mariana. Publiquei no Instagram do Viva Medellín uma foto dela que está na pista de BMX inaugurada neste ano e que leva seu nome. Escrevi por lá que Medellín estava torcendo e que o ouro viria. Ela curtiu a foto. Lágrimas, alegria e promessa de amizade eterna (da minha parte).

Depois disso, nossos laços se tornaram firmes e é SIM minha amiga. No Brasil, quando viram que Marianita tinha ganhado o ouro, recebi a mensagem: “Camila, a sua amiga da bicicleta ganhou!” Viram só? Nossa amizade platônica existe até para terceiros. Ela foi a primeira mulher colombiana a conquistar o bicampeonato olimpíco, pois venceu também nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Foi também a primeira mulher latino-americana a conseguir duas medalhas olimpícas de ouro em um esporte individual.

Fiquei impressionada com o tanto que ela inspira sua cidade natal, Medellín, e toda a Colômbia. Um dia após a vitória, eu estava no parque e vi um garotinho com um capacete e todo equipado. Na frente da bicicleta, tinha o número 100, que é o mesmo de Mariana. É bonito demais ver uma mulher jovem inspirando um garotinho.

  • Carlos Ramirez –  bronze no BMX

Na prova masculina do mesmo esporte de Mariana, o colombiano Carlos Ramirez repetiu o bronze que conquistou nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

  • Óscar Figueroa – ouro no levantamento de peso até 62 kg
olimpíadas

www.elpais.com.co

Ele é natural do departamento da Antioquia, o mesmo de Ibargüen e Mariana, mas da cidade de Zaragoza. Em 2011, garantiu a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de Guadalajara, México. Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, conseguiu a prata e, neste ano, no Rio de Janeiro, foi ouro de novo na categoria até 62 quilos.

  • Yuri Alvear – prata no judô até 70 kg

Ela também é da região de Cali e fez um bom trabalho no judô feminino. Em 2012, nas Olimpíadas em Londres, ganhou o bronze e, neste ano, a prata. Rafaela Silva e Yuri Alvear em Tóquio, já pensaram nisso? O que será de mim?

  • Yuberjen Rivas – prata no boxe, categoria mosca ligeiro

Outro atleta de destaque. Também da região da Antioquia, trabalhou vendendo mangas e na produção de plátanos (tipo banana-da-terra). Como em um conto de fadas, conheceu um treinador de boxe e tomou gosto pelo esporte. Venceu o brasileiro Patrick Lourenço, o filipino Roger Ladon, o espanhol Samuel Carmona e o cubano Joahnys Argilagos e, na final, levou a medalha prateada competindo com Hasanboy Duzmatov, do Uzbequistão.

Ao ler as notícias e assistir às competições, vibrei com a Colômbia como quem fica feliz com o melhor amigo. O sentimento que eu tive ao acompanhar os jogos foi de gratidão e alegria. Foi um grande ano para o esporte colombiano e para o brasileiro. Em Tóquio, daqui a 4 anos, continuarei a torcer para os dois. Que venham várias medalhas em 2020! Arriba, Colombia! Vamos, Brasil! <3

Deixe um comentário

Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.