San Blas Blas Blas

14 de janeiro de 2016 | Escrito por Filipe Teixeira | Diário de viagem

No trabalho, curtia todas as fotos de San Blas pelo Instagram. Já vi muita praia linda, mas nada se comparava ao que ia ver no Caribe panamenho. Minhas amigas, diariamente, recebiam mensagens: “O que vocês irão fazer no ano novo?” “Vamos para San Blas?” Ninguém me aguentava mais. Estava animadíssima. Um colega me disse para eu não ter muita expectativa e eu respondi que era impossível não ter com o que via pela internet.

No meu tempo livre, procurava blogs, fotos em todos lugares, folders… Era basicamente isso. Estava muito ansiosa, pesquisava o máximo que podia. Para mim, à medida que eu tinha mais fotos, parecia que mais perto eu estava. Queria ir logo.

Ficamos uma noite na Cidade do Panamá (aguardem próximo post!) e entramos em contato com uma agência de turismo que nos buscou na porta do hotel bem cedo para nos levar a San Blas e foi responsável, também, por garantir nossa acomodação. Para ir, é obrigatória a entrada com carros 4×4. Colocaram uma fitinha no nosso braço para terem algum controle em relação ao transporte. As curvas são sinuosas e é perigoso ir com qualquer carro.

Ao entrarmos no 4×4, havia cinco pessoas. O motorista parou em um supermercado para que todos pudessem comprar qualquer coisa para a viagem e eu fiquei impressionada com a variedade de produtos que existe no Panamá. Como o foco era viagem, compramos alguns biscoitinhos e água.

Depois de quase três horas, chegamos a um porto. Meu coração começou a partir desde esse momento: “cadê a beleza toda?” O cheiro era ruim, havia muita sujeira. Na hora, acho que o meu lado Pollyanna surgiu e foquei em uma índia Kuna. (Os Kunas são índios que vivem, em sua maioria, no Panamá e o restante em pequenos vilarejos na Colômbia). Eles desenvolvem uma arte bem interessante e típica que são as molas:  bordados assimétricos e coloridos.  Como adoro cor, quando a vi na minha frente, fiquei meio abobada e com receio de tirar foto, não sei se podia. (E, cá entre nós, deve ser bem chato para ela também).

san blas

Foco:

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O pacote dava direito, também, ao trajeto do porto até a ilha. Estávamos com cara de “y ahora, amigo?” Perguntamos para o motorista como iríamos. Ele falou que era só ficar na fila e tudo certo. Entramos no barco e tinha um casal de colombianos. O trajeto até a ilha foi aproximadamente de 20 minutos, com muita emoção. Vi paisagens lindas, mas continuava a procurar o arquipélago do Instagram. O barco parou. A ilha era bonitinha, mas nada demais. O tempo nublado não ajudou. Descemos com as mochilas e estávamos um pouco desapontados. Depois, concluímos que o desânimo devia ser por causa do clima. Sem claridade, mal dava para ver o azul do mar. Um índio perguntou se nosso quarto era individual ou coletivo, dissemos que era individual. Ele mostrou a cabaninha bem simples e nada confortável. Quando falo isso, primeiro quero deixar claro que não temos frescuras e quando me refiro a confortável quero dizer o básico: água doce e encanada e banheiro limpo. Escovamos dentes com água que levamos.

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Não fomos para San Blas pensando que ficaríamos em um hotel, mas o que entristeceu um pouco foi ver que perto da cozinha havia um som grande e moderno que tocava Bob Marley o tempo todo e o saneamento básico estava jogado, com a desculpa de que isso é rústico.

Dormimos, lemos, conversamos sobre milhões de coisas, conhecemos um índio cujo nome significava Pantera Negra e que tinha uma filha loira fruto de um relacionamento com uma francesa.

Se tivéssemos o que conversar, alguma pendência ou até mesmo se quiséssemos ter uma DR, era o dia.

Na hora, me lembrei daquela frase que sempre fazem em programas de auditório no domingo à tarde: quem/que você levaria para uma ilha deserta? Certamente, a pessoa seria Filipe, mas levaria várias coisas a mais. Com tédio, fomos passear pela ilha: SURPRESA! O outro lado era bem melhor. As cabanas eram mais arrumadinhas e o local mais bonito.

Escutamos um barulho como se fosse de um apito. Era o índio chamando todos para almoçar. As três refeições básicas (café, almoço e jantar) estavam no pacote. O almoço era arroz, peixe e salada. Gostoso e simples. O jantar era o mesmo do almoço, o café era plátano (banana da terra) e ovo frito.

Almoçamos, conversamos, rimos e fomos para o mar. Depois, tomamos banho, lemos um pouco na cama e era hora da virada. Nos beijamos e desejamos feliz ano um para o outro. Dormimos alegres porque no dia seguinte voltaríamos para a Cidade do Panamá.

Perguntamos ao índio a que horas o barco chegaria para nos levar ao porto. Ele falou que seria às 9h. Arrumamos tudo e fomos embora (sem vontade de voltar). À noite, já na Cidade do Panamá, graças à camisa da Colômbia que o Filipe estava usando, conversamos um pouco com um colombiano que estava no bar. Ele disse que San Blas era o paraíso. Infelizmente, não tivemos a sorte de ver esse lugar. Vale dizer, mais uma vez, que essa foi a experiência que tivemos. O positivo de ter vivido isso tudo foi que entendi mais minha personalidade urbana e cosmopolita.

Clique aqui para saber mais sobre San Blas e a Cidade do Panamá.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.