As savanas do Parque Nacional Kruger – Parte 1

14 de setembro de 2015 | Escrito por Rafael Feltrin | Diário de viagem

Qualquer visita ao Parque Nacional Kruger, na África do Sul – o aclamado Kruger Park – em qualquer estação do ano, é a sugestão perfeita para encontrar tudo aquilo que só vemos na televisão, internet ou, sendo muito otimista, no zoológico. Além de uma das maiores biodiversidades do mundo, esse lugar foi daqueles onde eu tive uma das melhores experiências da minha vida. Lá, tive a oportunidade de ver os  big 5 (leopardo, leão, elefante, rinoceronte e búfalo). Os quase 2 milhões de hectares de natureza e formas de vida sem igual se fundem com locais históricos e arqueológicos, o que me trouxe aquela vontade de dizer: “depois dessa, já posso morrer, pois encontrei o paraíso”.

parque nacional kruger

Os três dias que passei na reserva foram suficientes para concluir que qualquer ângulo ou foco são ideais para uma boa foto. Mas, em se tratando literalmente do safári, também existem determinados horários que são ideais para um “passeio” bem sucedido nas savanas – e a dica para a melhor chance de observar os animais é pela manhã e ao final da tarde – pois são os momentos em que todos eles estão mais ativos. Antes de o sol nascer, pouco mais de cinco horas da manhã, eu já estava de pé. Os funcionários do lodge haviam colocado uma música do grupo “Ladysmith and Black Mambazzo” – os mesmos que cantam a canção de abertura do filme O Rei Leão – talvez para os visitantes entrarem na vibe africana ou, um tanto sonolentos, falarem alguns palavrões (créditos ao espanhol que dormia ao lado da minha hospedagem, “elogiando” as mães dos funcionários em plena selva).

E lá fomos nós: eu, o espanhol impaciente, dois alemães, um russo e um italiano, num veículo 4×4, guiado pelo Jeff – o guia que me perguntava sobre o Pelé.

Nada contra o Pelé e, o Jeff era gente fina, mas, quando você se encontra num turbilhão de emoções no meio da savana, o momento não se torna muito adequado para papear, principalmente pelo fato de as opções do que ver, sentir e ouvir serem quase infinitas.

parque nacional kruger

Durante o percurso, do início ao fim, confesso que tive sorte: consegui ver, a pouco menos de 5 metros, um rinoceronte branco. Nosso Jeep posicionado contra o vento e, com a visão um tanto fraca, segundo as informações do Jeff, o bicho simplesmente não tinha idéia de que estávamos lá. Aproveitando a deixa, permanecemos “camuflados” atrás de alguns arbustos e, ficar impressionado foi uma decisão unanime, até do Jeff, que se esqueceu subitamente do Pelé, ao descrever o rinoceronte como um dos maiores que já havia encontrado.

Foi o melhor argumento para que eu confirmasse a minha sorte naquele dia, pois, além de estar vivenciando um safári no carro-chefe dos parques nacionais sul-africanos – entre uma quantia de 336 árvores, 49 peixes, 34 anfíbios, 114 répteis, 507 aves e 147 mamíferos – olhar para um dos maiores rinocerontes já observados no local, a 5 metros de distância, já me renderia uma bela história…

Continua aqui.

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Escrito por Rafael Feltrin

Tenta ser legal, mas roubava Tazos na 5ª série.