Semana Santa – Parte 1 – Cartagena

17 de maio de 2012 | Escrito por Filipe Teixeira | Diário de viagem, Oreo - Eu na Colômbia

O feriado da Semana Santa para algumas empresas da Colômbia dura a semana inteira, dentre essas empresas está o ILP, onde eu trabalhava (é, no passado, estou atrasado aqui no blog e já estou no Brasil, mais precisamente na rodoviária interestadual de Brasília esperando o ônibus pra Fortaleza). Sendo assim, o plano de conhecer a costa Atlântica (Caribe pros mais esnobes) foi antecipado de maio para a primeira semana de abril, que muito pouco provavelmente seria santa.

Dia 1: O Vento Não Passa por Cartagena

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Partimos (eu, Vini, Dilne e Inácio (namorado da Dilne)) de Medellín às 22h30 do sábado. Subimos a cordilheira, descemos a cordilheira e depois de muitas curvas, pedágios e um velho bêbado cantando e rindo de tudo e de nada a noite inteira na poltrona atrás da minha, chegamos a Cartagena de Indias. Descemos do ônibus, passamos cinco minutos no calor de meio-dia de domingo e todos pensamos e até verbalizamos a mesma coisa: “Vamos voltar pra Medellín?”. (Mas o calor tenha suas vantagens, como Franziska, uma alemã que conhecemos no hostal e que não via problema em andar de biquíni pra lá e pra cá o tempo todo). Brincadeiras sem sentido à parte, tomamos um (dois) táxi(s) e fomos ao Hostal Real. Caminhamos pela orla, o que foi decepcionante: praia suja, lotada de gente e um calor daqueles que deixa você pegajoso, porque não venta em Cartagena. Além disso, esperamos a Lívia durante uma hora ou mais enquanto jogávamos Uno e, consequentemente, destruíamos a amizade que nascera há tão pouco tempo. Enfim, a chegada a Cartagena não foi o que esperávamos. Fomos ao Exito fazer compras e depois, caminhando no calor de derreter, voltamos ao hostal. À noite, a Lívia nos obrigou (ela obriga sorrindo, por isso a gente aceita) a caminhar uma hora até um shopping pra jantar, o que deu um pouco de ódio dela, mas passou. Finalmente dormimos esperando que o dia seguinte nos mostrasse a Cartagena dos guias turísticos.

Dia 2: La Ciudad Vieja

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Agora sabendo onde ficava o que havia de bom pra ser visto na cidade, fomos em direção à chamada Cidade Velha, a Cartagena histórica. Um aluno meu, ao ouvir essa história, me disse que tudo que há de bonito em Cartagena foi construído pelos espanhóis. Não à toa, ele é espanhol. É um jeito pedante de dizer, mas o pior é que ele tem razão. As igrejas, os casarões, as praças, tudo envolto pela muralha imponente foi construído pelos colonizadores ou pelos primeiros criollos. A sensação que se tem quando estamos lá é de uma volta ao passado, 500 anos no passado. Fomos ao museu da Inquisição, que só confirmou o que eu penso sobre religião, principalmente a católica; caminhamos pelas ruazinhas estreitas em que, de vez em quando, passava uma carruagem e, principalmente, suamos bastante. À tarde, fui à praia. Como era segunda-feira, estava vazia e pudemos aproveitar o mar. Voltamos ao hostal, encontramos o Vini e a Dilne e fomos ao Castillo de San Felipe, que rendeu fotos lindas, douradas pelo sol que se punha. À noite, como que nos despedindo de Cartagena, fomos ao Crepes & Waffles jantar e fingir que somos chiques e endinheirados. Na volta, um saxofonista fazia seu show numa praça e, quando ele percebeu que éramos os únicos que o aplaudiam, começou a interagir. Ele até anotou o Facebook dele no caderno do Vini pra que o adicionássemos, mas como caiu uma gota de suor dele no caderno, o Vini nunca mais tocou naquela página.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.