Ah, Zipaquirá e Bogotá!

21 de julho de 2015 | Escrito por Filipe Teixeira | Lugares, Viva Medellín

Nosso visto tinha chegado por email. Tínhamos que ir a Bogotá para fixá-lo no passaporte. (Sobre vistos, falarei em um próximo post). Procedimento super-rápido. Não durou nem quinze minutos. O plano depois disso era aproveitar bem a cidade. Afinal, tínhamos um final de semana todo pela frente. Como fomos de ônibus (a distância é de 424 km, mas com gostinho de 2.000 km. Demorou, viu?) Descansamos, fomos almoçar no La Vecindad. Sabem o que isso quer dizer, leitores? “A Vizinhança.” Se lembram de alguém? É, é ele mesmo. Chaves e sua turma. Quando chegamos, porém, não vimos nada que nos remetesse a ele. A comida, a atmosfera mexicana, estava tudo tão ótimo, que nem nos importamos. A gente procurou e achou o temático restaurante no dia seguinte.

zipaquirá e bogotá

Antes de experimentarmos a segunda filial, fomos a Zipaquirá (agora sei uma cidade com Z, jogo de adedonha!), a cidade em que está a Catedral de Sal, que fica a 41 km da capital e é muito charmosa. Confesso que estava com um pouco de preguiça: queria curtir um pouco a cidade, os lugares por perto. A ideia de pegar outro ônibus me fez, na hora, não querer ir. Depois de ver umas fotos do lugar, me animei. Saímos da estação do Transmilênio Las Águas (bem próximo ao lugar em que estávamos) às 9h15 e ficamos até às 10h (COP 1.600). Depois pegamos o Ônibus Portal Norte para Zipaquirá (Zipá) às 10h. O trajeto durou 1h. Em pleno semáforo, fomos orientados a descer: “a Catedral é logo ali!” Tudo confuso, não sabíamos pra onde ir. Perto da parada, encontramos um Centro de Informações ao Turista. Fomos orientados, recebemos panfletos sobre a Catedral e sobre o valor do ingresso para entrar (COP 25.000). Tínhamos a opção de subir até ela caminhando, de táxi ou de trenzinho da prefeitura, que custava COP 4.500 por pessoa e que contava a história da cidade. Optamos pelo trem. Acho, sinceramente, que só os atletas sobem a pé. Subimos ao som de muita salsa. Foi bom, pois deu uma animada até chegarmos e vermos a fila quilométrica. Era muita gente! Achei que iria demorar muito, mas foi bem rápido. Ao entrarmos, fomos recepcionados com várias bandeiras de países do mundo. Aquele jeitinho colombiano de ser: dando boas-vindas a todos os estrangeiros.

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Assim que entramos, logo foram formados grupos com guia. A nossa era a Mônica. Ela explicou sobre a Catedral de uma forma bem descontraída. Apesar de o passeio ser relativamente longo (aproximadamente 1 hora), a experiência foi ótima e nada cansativa.

Considerada como a Primeira Maravilha da Colômbia em 2007, é um templo construído no interior das minas de sal de Zipaquirá. A nossa guia foi explicando sobre a composição das paredes, que eram de sal e mármore. Há várias cruzes representando as catorze estações da via crucis. Os mineiros que participaram da construção da Catedral nomearam a Virgem do Rosário de Guasá como a padroeira.

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Depois desse tour, também há um show de luzes. Não fomos porque consideramos mais interessante fazer a Rota dos Mineiros. Importante salientar que esse passeio é um “extra”: ele não faz parte do tour que foi pago na entrada. Pagamos a quantia de COP 6.000 por pessoa. Fizemos um percurso como se trabalhássemos na própria mina: caminhamos no escuro com o capacete apropriado e participamos de simulação de implosão: foi explicado por um guia que implodir era necessário para que fossem criados novos túneis e, assim, terem mais caminhos livres na salina… Usamos, no final, picareta para a retirada das pedras de sal da parede. Legal, né? Me senti uma anã daquele episódio da Branca de Neve com a versão contada pelo Chapolin. Sério, só me lembrei do “Churi Churin Fun Flais“. Fica a dica: podiam colocar essa música ao final da rota.

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Aviso às pessoas que dizem que não gostam de fazer passeios “religiosos”: é muito mais do que isso, é história, é geografia. Vale a pena.

Resolvemos ir embora depois de ter explorado bastante o lugar. Antes de seguir estrada, resolvi passar no banheiro. Importante dizer que em vários lugares públicos daqui da Colômbia se paga para usar o papel higiênico. Geralmente são 200 pesos. Coloca-se a moeda na máquina, gira para o lado direito e o pacotinho cai. Portanto, amigues, ao virem para cá, tenham sempre moedas guardadas ou um bom e velho Kleenex na bolsa.

Havia uma fila para as pessoas que iriam descer de trem. Ouvimos uma pequena explicação sobre a cidade e sobre a importância dela para a Arqueologia. Além de várias peças da cultura pré-hispânica, foram encontrados vestígios de um corpo humano que viveu na área em 3.500 a.C. Muito bacana!

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Pegar o ônibus de volta foi fácil. No mesmo lugar que desembarcamos, havia outro partindo para Bogotá. Entramos, pagamos COP 4.500. Quase quatro da tarde, quase em Bogotá. O que faria um casal com fome? Sim, buscaria a outra filial do La Vecindad para almoçar. Chegando à porta, Chaves em um barril. Claro, apesar da fome, tive que tirar uma foto.

Pedimos a mesma entrada e sobremesa. Variamos nos pratos principais. As entradas foram nachos que vieram com dois molhinhos bem gostosos. Um de pimentão e outro parecido com vinagrete. Pedi um molho de pimenta e ficou ótimo. E depous uma cerveja. Afinal, nada combina mais com nachos do que uma cerveja geladinha. Demorou um pouco. Perguntei ao Godinez se ele tinha se esquecido das nossas cervejas. Ele disse que não e trouxe logo em seguida. Com fome, pedimos o prato principal. Foi um mix de carne, frango e camarão. Vieram como acompanhamento dois pratos com vinagrete, sour cream, guacamole, um pouco de salada (para dar aquela equilibrada na consciência), frijoles (feijão) e arroz mexicano. A-DO-REI! Muito gostoso! Depois de 3 quilos de muito amor na balança, quisemos nos despedir do adorado sorvete frito. Enquanto pedimos, a “turma do Chaves” se reuniu para cantar parabéns para uma moça que estava na mesa à nossa frente. Eles cantaram uma música da série e misturaram com um Happy Birthday. Por que não em espanhol, né, gente? Eu estava adorando isso tudo até quando eu percebi que meu sorvete frito estava derretendo na cozinha e o Godinez lá, cantando.

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Depois da cantoria, ele pegou o sorvete, levou a um balcão, colocou a cobertura e a cereja em cima. Quando ele trouxe, eu e o Filipe já estávamos com as colheres nas mãos. Se houvesse um campeonato de devoradores de sorvete frito, ficaríamos em primeiro lugar. FATO. Camila, que sobremesa louca é essa? É simplesmente uma bola de sorvete de baunilha envolta em uma casquinha de churros. Isso tudo dentro de um pires também de churros com pouco de cobertura de chocolate e caramelo. Quem for à capital colombiana, aconselho a comer mais de uma vez.

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À noite, procuramos um barzinho, encontramos um pub e entramos. Pasmem: fechava às 22h. Observando nosso semblante triste, a garçonete foi gentil: “fecha às 22h15!” Agradecemos e fomos procurar outro lugar. Na frente do pub, havia um restaurantezinho simpático cujo nome é “La Ventana”. Pedimos o que queríamos beber e logo fomos pra casa. Estávamos cansados da viagem e no dia seguinte, às 14h, voltaríamos para Medellín.

No último dia nos despedimos da cidade indo à Quinta de Bolívar visitar e gravar um episódio relâmpago para o podcast O Nome Disso É Mundo sobre a cidade.

Zipaquirá e Bogotá são cidades ótimas e com várias opções de lazer, gastronomia e cultura. Apesar do trânsito caótico da capital, já penso em voltar e conhecer mais.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]Restaurante La Vecindad – Calle 67, #8-01 – Bogotá, Colombia. www.lavecindad.co

Passagem Medellín – Bogotá (COP 120.000): www.expresobrasilia.co

Mareol (IMPRESCINDÍVEL para longas viagens): COP 1.200

Transmilênio da estação Las Águas até o Portal Norte em Bogotá: COP 1.600

Ônibus Portal Norte – Zipaquirá (Zipá): COP 4.500

Trenzinho turístico em Zipaquirá: COP 4.500

Ingresso para a Catedral de Sal: COP 25.000

Ingresso para a Rota dos Mineiros: COP 6.000

Ônibus Zipaquirá – Bogotá: COP 4.500[/box]

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.