Corra, Forrest: o Bubba Gump existe!

5 de abril de 2015 | Escrito por Juliana Santiago | Comes e bebes

“Idiota é quem faz idiotices”, respondeu, em livre tradução desta que aqui vos escreve, um dos personagens mais envolventes do cinema ao ouvir da esposa do finado amigo “você é idiota?”. Por acaso, para ele, realizar o ousado sonho do falecido de ter uma empresa de camarões, não lhe soara tão inviável… assim, de uma promessa fictícia feita num leito de morte fictício, surgiu a Bubba Gump.

Deixando o plano cinematográfico, porém mantendo o viés da inspiração, exultei ao ver, nesta minha última visita a Bali, que ele não só existe(!) como superou minhas expectativas enquanto fã do filme. E para fazer jus à escolha desse lugar, advento de uma grande amizade, claro, a companhia de uma boa amiga veio a calhar.

Cada detalhe do Bubba Gump é um espasmo de genialidade dessas que nos ocorrem de madrugada no meio de uma insônia. E, tal qual as ideias geniais, absolutamente tudo no ambiente impressiona: desde as raquetes de ping-pong com a senha do wi-fi dispostas em cada mesa até a parede idêntica à da casa onde Forrest viveu a infância, com quadros de Forrest, ainda menino, posando com sua mãe e a amiga Jennie.

Bubba Gump

O espaço do restaurante é dividido em dois ambientes: um com ar condicionado e outro mais informal, no estilo bar. Ficamos no último.

Ao entrarmos, a equipe de funcionários nos cumprimentou calorosamente e, em seguida, fomos muito bem atendidas por uma moça que, entregando-nos o cardápio, explicou-nos o procedimento de pedido apontando-nos duas curiosas placas sobre a mesa: enquanto escolhíamos, devíamos manter a placa com o escrito “Run, Forrest, run!”; escolhido o pedido, deveríamos mudar para a que dizia “Stop, Forrest, stop”, ao que ela prontamente viria nos servir.

O vasto cardápio faz jus ao que pensava Bubba ao idealizar seu negócio: todos os pratos quentes de camarão. Como não podia deixar de ser, as imagens no cardápio retratavam o capricho com que os pratos eram servidos, justificando, inclusive, o valor moderadamente alto de cada um deles, afinal, no Bubba Gump, a singularidade da experiência é o que se consome e, visto por esse lado, vale ainda mais do que somente a comida – que, por si, já se destaca.

Enquanto esperávamos o pedido, enchíamos nossos olhos com a infinitude de informações do ambiente tentando recordar de qual cena era cada uma e, para quem não tem cada cena na memória como eu, há duas telas nas quais o filme é exibido sem áudio (com legendas em inglês) como parte da decoração, tornando ainda mais improvável estar ali sem falar ou pensar em Forrest Gump!

Bubba Gump

Eu, que observava muito atentamente, ainda assim consegui ser surpreendida a cada dois minutos diante do cuidado com que tudo fora pensado. Na frente, ainda na calçada do lugar, um banco de praça com uma mala e os sapatos de Forrest para pôr os pés e tirar foto; no cardápio, os pratos recomendados por Jennie, Forrest e Bubba; em cima, placas com algumas frases de efeito do carismático Gump como “My name is Forrest Gump and everybody calls me Forrest Gump”.

Pedimos uma cerveja grande e a “Best Shrimp popcorn ever”, servida, de uma forma especial, claro, e forrada com um papel imitando jornal com os feitos de Gump pelo mundo.

A experiência foi, de todo, agradável. Ao sairmos, todos os garçons se despediram da gente, como se fôssemos uma grande turma. Quando já não esperávamos nada mais, demos de cara com uma lojinha de lembranças bem caras de muito boa qualidade e exclusivas desse restaurante cuja existência evoca a lembrança terna da lealdade transpondo os limites da ficção – ou simplesmente deste clássico do cinema, digno de ser revisto.

Serviço

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Escrito por Juliana Santiago

Nunca comprou melhorias no Candy Crush.