Praga, República Tcheca – Cidade 6 de 50

13 de fevereiro de 2015 | Escrito por Filipe Teixeira | Desafio das 50 cidades

por Danielle Coimbra, de Naas, Irlanda.

A primeira vez em que estive em Praga foi no verão de 2013, como parte da minha Eurotrip e da primeira viagem internacional da minha vida! Foram 10 países, e Praga era uma das cidades mais esperadas do roteiro! Chegamos ao hostel, largamos as malas e partimos para uma das atrações mais conhecidas, o Orloj, um relógio astronômico medieval localizado na Old Town Square.

Minha primeira impressão? Um grupo tocando música celta no meio da praça, com roupas super diferentes, uma alegria diferente, e eu, sentada no chão, de shortinho, chinelo, bem à vontade naquele calor de 30 graus, me sentindo parte de um filme ambientado em outro milênio! A energia daquele momento me contaminou de tal forma que eu tinha certeza de que meus dias em Praga seriam inesquecíveis! E minha impressão inicial não me decepcionou! Não à toa, deixei a cidade naquele verão com a certeza de que um dia eu voltaria, de preferência durante o inverno, pra captar outra nuance da bela Praga…

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Dezembro de 2014, recesso de Natal e Ano Novo chegando e a missão de decidir onde passar aquela tão desejada semaninha! Após descartar Bélgica, Holanda, Portugal, lá estava eu, mais uma vez, colocando Praga no meu roteiro. Começamos a saga de procurar um lugar barato pra ficar. E, na condição de mochileira trabalhando com voluntariado, qualquer hostel de 40 euros a diária se torna um absurdo, concordam?! Pois bem, recorri ao Couchsurfing e depois de muita procura – ninguém estava muito a fim de ser host durante o feriado do Ano Novo – encontrei um perfil com o nome Todd’s Place.

Li a descrição do perfil de Todd, as condições de hospedagem e alguns avisos como “pretendo receber 100 pessoas na minha casa neste final de ano” e “prepare-se para dormir no chão, ou não ter onde dormir”, seguidos de “mas você é mais do que bem-vindo à minha casa!”, e acho que foi aí que Todd’s Place me ganhou! Enviei minha solicitação, explicando que aquilo era exatamente o que eu procurava, conhecer gente do mundo todo, encontrar companhia para passear pela cidade e, por que não, passar uns perrengues.

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Às cinco da manhã do dia 30 de dezembro, cheguei a Praga, com a temperatura em torno de 5 graus negativos, morrendo de frio, mas feliz por estar ali em pleno inverno, com neve e tudo! Segui meu caminho e, após um metrô, uma caminhada de 10 minutos e um ônibus, lá estava eu, à porta de Todd’s Place. Com uma lanterninha daquelas presas na cabeça, ele me mostrou o cômodo das meninas, onde, naquele momento, era impossível ficar. E eu decidi que o melhor local era a cozinha mesmo! Abri um colchão, coloquei meu pijama, deitei e, quando abri os olhos, já eram umas 10 da manhã, e gente de todo tipo passeava pela cozinha/quarto.

Na minha primeira passagem por Praga, em 2013, os dias foram bem etílicos, com direito a pubs, clubes e balada no barco, navegando pelo rio Vltava, que corta a cidade. Afinal, era verão, era Eurotrip, e a gente queria mesmo era só bater perna, sem muito compromisso, sentar nos bares em frente ao relógio, observar o vai-e-vem das pessoas, curtir um Pub Crawl e conhecer o clube mais famoso da Europa – Karlovy Lazne. Nessa segunda visita, com sete dias para aproveitar, minha atenção estava mais voltada para o check list dos monumentos históricos e para o dia a dia com meus companheiros de Couchsurfing.

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Paralelo ao roteiro turístico, nossa estadia com Todd e seus hóspedes foi, sem dúvida, o ponto alto da viagem! Fora a virada do ano, acompanhada de 30 pessoas pelas ruas da cidade, curtindo a queima de fogos, com a vista para a Charles Bridge, brindando com garrafas de vinho, de cerveja e de whisky, passamos por momentos divertidos e de pura cultura dentro daquela casa. E se eu pudesse dar uma dica para os mochileiros e viajantes que nos leem, seria: corra esse mundo e permita-se viver, permita-se conhecer, permita que pessoas boas entrem na sua vida e que o desconhecido tome conta da sua rotina. No fim das contas, todo perrengue vale a pena, e aquele medinho inicial se transforma em boas histórias, bons amigos e a certeza de que esse mundão pode ser todo nosso!

Um pouco de tudo o que vi:

Wenceslas Square, centro comercial de Praga, onde, por uma larga avenida, espalham-se lojas, cafés, restaurantes, hotéis e, em uma das pontas, o National Museum, infelizmente fechado para público no momento, pois está em reforma. Fomos até lá para encontrar uma amiga tcheca, que também fez voluntariado na nossa comunidade. Praga estava coberta de neve nesse dia, e foi muito lindo observar as estátuas branquinhas, e as barraquinhas do Christmas Market no meio da praça.

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Orloj, o famoso relógio astronômico medieval. Enfrentamos uma fila de uma hora e, já à noite, tivemos a vista mais linda de uma Praga toda iluminada. De cima da torre do relógio, é possível avistar a ponte Charles, o Castelo de Praga e ter uma vista panorâmica da Old Square, tomada por mais um Christmas Market (já falei que amo esses mercadinhos de Natal?). Valeu cada minuto naquela fila.

Dancing House, um prédio comercial construído entre 1992 e 1996. Possui um formato curvado, dando a impressão de estar em movimento, dançando! Daí o nome! É um contraste da arte moderna em meio à arquitetura histórica da cidade, e fica de frente para o rio Vltalva.

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Castelo de Praga, o ponto mais famoso da cidade e que, atualmente, serve como residência oficial do presidente. A visita pode tomar um dia inteiro, pois integra um complexo de várias construções góticas, como a Catedral de S. Vito, o Convento de São Jorge e o Palácio Real do Castelo de Praga. Além disso, há várias ruelas charmosas ao redor das construções, com casinhas coloridas, que valem o passeio!

Charles Bridge, a ponte mais charmosa de Praga. Vale uma caminhada com calma, observando as estátuas, e o ar misterioso que elas compõem, junto com o céu, a lua…

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Letenské Sady, que, em tcheco, quer dizer parque de verão. Localizado do mesmo lado da cidade onde fica o Castelo de Praga, é um parque amplo, com várias árvores, ideal para passar o tempo durante, bom… o verão, claro! E, apesar do frio, nossa visita por lá valeu a pena simplesmente pela vista que captamos das pontes e do rio Vltava. Coisa de cartão postal, gente!

E o meu favorito: Vyšehrad, uma fortaleza que serviu como moradia de príncipes do passado, e está localizada no alto de um cume, do lado oposto à Old Town Square. Destino não tão comum dos turistas, o local possui uma bela vista do rio Vltalva e passa uma energia de paz e tranquilidade que me fez querer ficar lá pra sempre, mesmo com o frio.

Danielle Coimbra nasceu em Brasília e é jornalista. Hoje muito mais do mundo do que de um único lugar. Adora viajar, é adepta aos momentos e movimentos, tem uma alma de buscadora e está sempre com o pé na estrada. Já morou na Índia e agora está a experimentar as cervejas da Irlanda. Amante da liberdade, também é uma ótima companhia para vinhos, boas histórias e espontâneas gargalhadas. Leia outros relatos de viagem da Danielle no blog Enchendo a Mochila. Clique aqui para ouvir a entrevista em que ela fala sobre sua temporada fora do Brasil.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.