Tibete, entre a fé e as tradições

28 de janeiro de 2015 | Escrito por Filipe Teixeira | Autores convidados, Diário de viagem

por Roberta Leite, de Praga, República Tcheca.

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O Tibete é um daqueles lugares que dirigem o visitante para outro mundo, a fé dos seus habitantes, a peregrinação dos monges e um sorriso fácil no rosto das crianças são cenas comuns, em meio à fumaça dos queimadores de incenso e muitas orações por toda parte. Depois da invasão da China em 1950, parte do Tibete mais parece um canteiro de obras, com ampliação de estradas asfaltadas, prédios altos e modernos e muito comércio. Entretanto, Lhasa ainda guarda a riqueza da tradição dos moradores locais e é essa parte a mais gostosa de visitar. Outro destaque é visitar os mosteiros construídos no alto das montanhas, distantes da civilização.

O principal ponto da capital é a Praça Bakhor, que fica na parte velha da cidade e compõe com as ruas estreitas um cenário imperdível. A arquitetura local, com janelas de madeiras pintadas de várias cores, e as típicas cortinas são vistas por toda parte. É comum ver os tibetanos com as rodas de oração girando e fazendo preces próximo aos templos. Um deles é o Templo Jokhang.

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Palácio Potala

Esse templo começou a ser construído em 647, na época do rei Songtsan. Hoje, além de ser um local sagrado para os tibetanos expressarem sua fé budista, é também destino de turistas. Muitas partes são abertas ao público através de entrada paga, mas é permitido fotografar somente as partes ao ar livre. O templo divide-se em vários prédios, com salas de oração, muitas imagens próprias da religião, velas, incensos por toda parte e notas de dinheiro deixadas pelos visitantes como oferta.

Depois de passar pelo menos 2 horas explorando os cômodos do templo, andar pelas estreitas ruas do centro é a melhor forma de conhecer Lhasa. O comércio local já é uma atração, entre artesanato, símbolos religiosos e comidas locais. A fisionomia dos tibetanos também é muito marcante e o vestuário usado por parte dos moradores, principalmente os que vêm de aldeias distantes. As mulheres usam longas tranças com seus cabelos negros enfeitadas com pedras locais. As crianças são carregadas nas costas e as mães seguram sempre um girador de orações. A fé budista está por toda parte.

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Tibetana com roda de oração

Ainda no centro os restaurantes locais são uma experiência obrigatória, a gastronomia aqui tem um papel fundamental como deve ser. A carne de búfalo é o prato principal, é a carne mais consumida, servida geralmente na chapa quente – chega à mesa chiando -, é acompanhada com legumes e molho. Tem cerveja local, além do chá, que é consumido com leite.

A alguns quilômetros do centro, fica o Palácio Potala, diríamos que se encaixa na listinha do must go. A longa fila de turistas não tira o prazer de conhecer o endereço que foi a casa dos Dalai Lamas. Esse templo também foi construído no mesmo reinado do Jokhang. Mas o Potala não tem apenas importância religiosa, pois é centro de encontros políticos também. É imenso, são blocos de prédios de 13 andares, com uma infinidade de salas e cômodos.

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Centro de Lhasa

Ao entrar, você segue uma longa escadaria e no topo começam as áreas abertas à visitação: são estupas, dormitórios de monges, locais para funerais, palácios e largos pátios. A vista ao redor é exuberante, as altas montanhas são vistas por toda parte. Uma opção é continuar visitando os templos e é nas montanhas o endereço de vários deles, construídos em locais isolados. O acesso se dá através de viagens de ônibus com guias locais. É comum os turistas sentirem enjoos fortes durante a viagem, porque as estradas seguem por um caminho tortuoso e sempre subindo até altas altitudes. Garanta um kit de remédios para dor de cabeça e problemas de estômago. Dois templos imperdíveis: Ganden e Tashi Lhunpo.

Roberta Clarissa Leite é uma pernambucana que adora frevo, tapioca e céu azul. Jornalista e radialista por formação, é turista nas horas vagas e ama relatar o que viu por aí. Mora há 3 anos em Praga, na República Tcheca, de onde frequentemente embarca para aventuras mais distantes. Ama boa música, livros e tudo que tem a ver com viagens. Neste texto você conhece um capítulo dos 22 dias que passou pela Ásia, dividindo o tempo entre China, Índia e Nepal. Visite também o blog Na Terra dos Tchecos.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.