Granada, Espanha – Cidade 4 de 50

26 de dezembro de 2014 | Escrito por Filipe Teixeira | Desafio das 50 cidades

No final de 2012, meu amigo espanhol com o nome mais espanhol do mundo, Juan Carlos, me convidou para passar o Natal na sua casa em Granada, sul da Espanha, na região conhecida como Andaluzia. Nós chegamos a Madri na manhã do dia 22 de dezembro e tomamos o ônibus para Granada às sete da noite. A viagem duraria cinco horas, e o Juan estava num pé e noutro, pois não estava acostumado a viagens “tão longas”. Mas ele se acalmou um pouco quando contei sobre minhas 40 horas de ônibus entre Brasília e Fortaleza. Chegamos a Granada por volta das 22h e então tive meu primeiro contato com a comida – sempre em grande quantidade – espanhola. Ficamos conversando até umas duas da manhã e eu só consegui dormir depois de tomar um chá pra digerir aquilo tudo.

Alhambra

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Em 2012, chegamos já perto do anoitecer e não valia a pena passear pelo lugar. Mas no ano seguinte, comprei os ingressos pela internet ainda em Lisboa e chegando lá bastou retirá-los na máquina. Depois de esperarmos uma meia hora na fila, conseguimos entrar. Caminhamos pelos corredores, salões e jardins da fortaleza, que é realmente espetacular, tanto pela estrutura – completamente diferente dos modelos cristãos-ocidentais – quanto pelo simbolismo. Os arcos característicos e as paredes são decoradas com arabescos hipnotizantes. A sensação é que você viajou no tempo, principalmente quando você olha para a cidade, lá do alto da torre.

Tapas

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As tapas são algo parecido com o nosso tira-gosto. Mas quando se trata de Espanha, a quantidade de comida é sempre muito maior do que a que você está acostumado. Fomos a um bar no centro da cidade e quando pedimos a primeira cerveja, o garçom virou para o balcão, e gritou ¡Primera! Aí, junto com a cerveja, ele trouxe um prato com carne cozida e pão. Na segunda cerveja, a mesma coisa: ¡Segunda! E então veio algo muito parecido com cuscuz e algo muito parecido com torresmo. Resultado foi que eu tomei quatro cervejas e saí do bar rolando pelas ruas granadinas.

Sierra Nevada

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Outra atração da cidade é a Serra Nevada. Colocamos um CD com 300 mp3 no carro para subirmos a serra, mas apenas três delas foram reconhecidas pelo aparelho, o que nos obrigou a uma hora de ida e mais uma de volta ao som de Rolling in the Deep, Someone Like You, da Adele, e outra canção que não me lembro. Eu não queria esquiar, só queria ver a neve pela primeira vez. Mas eu nem conto, já que havia muito pouca neve, a não ser próximo à estação de esqui, mas estava na cara que a neve foi acondicionada artificialmente. Aí não vale.

As pessoas

Mas o melhor de Granada são as pessoas. Elas são espontâneas e calorosas. A mãe do Juan fez brigadeiro pra sobremesa da ceia de Natal só porque eu estava lá. Eles têm um espírito muito parecido com o nosso, de receptividade e hospitalidade, o que torna a cidade (e toda a região, como pude comprovar em Málaga e Sevilha) muito mais atraente, além de sua beleza natural e tradição histórica.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.